Versa diz que conta de luz pode ficar impagável após privatização da Eletrobras
No site da gestora, o sócio Marcelo Gonçalves disse que o preço da conta de luz pode aumentar “de forma desnecessária” com a desestatização

Atualizado há cerca de 1 mês
São Paulo, 27 de maio – A lei por trás da privatização da Eletrobras pode tornar a conta de luz impagável para o consumidor e para a indústria, levando em conta também medidas sobre o setor sendo consideradas no Congresso e no Ministério de Minas e Energia, de acordo com a gestora Versa.
No site da gestora, o sócio Marcelo Gonçalves afirmou que a lei de privatização da Eletrobras se trata de um “des-planejamento energético” que pode aumentar “de forma desnecessária” o custo de energia no Brasil.
Usando cálculos de Empresa de Pesquisa Energética, Gonçalves sugere que a lei deve levar a um sistema energético 158% mais poluente e com um custo de operação e implementação total de R$50 bilhões a mais “do que no cenário livre, a preços de hoje”, em que custo “deverá ser rateado por todo o sistema e vai acarretar num aumento na conta de luz para consumidores residenciais e industriais”.
Os comentários refletem o dissenso entre alguns investidores sobre os benefícios econômicos da privatização da Eletrobras, processo que deve acontecer em 9 de junho por meio de uma oferta de ações. Argumentos contra o processo incluem as contratações obrigatórias de térmicas que poderiam elevar a conta de luz, a potencial piora do quadro de sobreoferta de energia em alguns momentos e até a estruturação do negócio.
A privatização da Eletrobras deu aval para a contratação de 8 gigawatts de energia térmica a gás natural durante todo o período de atividade das usinas, e não somente diante de necessidades pontuais do sistema – como é o usual. Uma emenda ao projeto de Lei da Modernização do Setor Elétrico, que tramita na Câmara dos Deputados, alocaria R$100 bilhões na construção de novas usinas térmicas.
A viabilidade econômica dessas novas usinas dependeria de uma mudança no índice de atualização dos preços máximos de energia térmica. Uma atualização poderia levar esse número a até R$650,00 por megawatt hora da energia, disse. Hoje o teto é de R$285,00.
Para ele, porém, mais usinas térmicas resultarão em sobras de energia no sistema elétrico, o que diminuiria a atratividade de projetos de energia limpa, como eólica e solar – fontes de energia renovável que poderiam custar entre R$100,00/MWh e R$200,00/MWh ao sistema elétrico.
Os riscos crescentes de controle estatal das tarifas de energia também foram pontuados, se o consumidor for obrigado a “pagar por um sistema mais poluente e ineficiente”, segundo Gonçalves.
Com todos esses fatores no cenário, Gonçalves afirmou que a Versa manteve exposição em ações no setor, principalmente em empresas de distribuição de energia, como Neoenergia e Energisa, que repassam aumentos de custos de energia ao consumidor. A estratégia principal da Versa teve uma perda de 6% em abril, ante queda de 10,1% no Ibovespa.
Texto: Felipe Corleta
Edição: Gabriela Guedes e Guillermo Parra-Bernal
Arte: Vinícius Martins/ Mover
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