Risco fiscal derruba Ibovespa; no radar, Livro Bege, Petrobras, Auxílio Brasil: Espresso

São Paulo, 19 de outubro – O Índice Bovespa caiu mais de 3% e voltou para os 110 ml pontos no pior dia desde as manifestações de Sete de Setembro, enquanto dólar e juros dispararam após informações de que o governo deve anunciar um novo Bolsa Família, o Auxílio Brasil, de R$400,00, acima do previsto. Os receios com o risco fiscal e com o desgaste da equipe econômica com a medida fizeram o dólar subir mais de 1,0%, apesar da melhora dos mercados no exterior, pesando no Ibovespa.

Em Nova York, bons balanços de empresas garantiram a alta das ações e a queda do dólar. As bolsas americanas avançaram nesta terça-feira com os bons resultados das empresas no terceiro trimestre aliviando parte das preocupações sobre os gargalos nas cadeias de produção e a alta da inflação.

O Dow Jones subiu 0,56% hoje, o S&P500, 0,74%, e o Nasdaq 100, 0,72%. Já o dólar mais fraco ajudou o petróleo a encerrar positivo após pregão volátil. O WTI e o Brent para dezembro avançaram, respectivamente, 0,92% e 0,89%.

Com risco fiscal, Ibovespa descola do exterior

O Ibovespa, porém, não acompanhou o exterior e amargou a pior queda desde 8 de setembro, em meio à renovação das preocupações sobre o cenário de risco fiscal brasileiro, com a possibilidade de novos valores dos programas sociais ficarem para fora do Teto de Gastos e adiamento das discussões sobre os precatórios. O índice caiu 3,38%, a 110.672 pontos. Nessa linha, o dólar futuro disparou 1,31%, a R$5,598, e os DIs avançaram entre 48,5 e 62 pontos-base, com maior força na curva média.

Em dia de derretimento do Ibovespa, o único papel com ganhos foi a unit da Getnet, empresa de meios de pagamentos do Grupo Santander, que subiu 17,88%, com a euforia da estreia de ontem ainda reverberando.

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Texto: Mover
Edição: Letícia Matsuura
Arte: Vinícius Martins / Mover