Ibovespa sobe, mas arrefece alta após S&P500 entrar em 'bear market'

São Paulo, 20 de maio – O Ibovespa resiste em elevação na tarde desta sexta-feira, impulsionado pela valorização das commodities, mas arrefeceu alta após o S&P500 entrar em ‘bear market’ diante do pessimismo dos investidores quanto ao quadro inflacionário no mercado internacional que voltou a transparecer.

Por volta das 15h45, o Ibovespa avançava 0,84%, aos 107.903 pontos, enquanto o dólar futuro recuava 1,40%, a R$4,880, e a curva de juros caía em toda sua extensão até 13,5 pontos-base, seguindo os rendimentos de títulos públicos nos Estados Unidos.

Após o otimismo dos mercados no exterior com o corte de juros na China, as bolsas americanas voltaram a cair no decorrer da sessão desta sexta-feira, transparecendo que a preocupação com um possível estagflação global ainda continua a perturbar os investidores.

Após acumular perda de mais de 20% em relação ao pico mais recente, que ocorreu em 4 de janeiro, o S&P500 adentrou neste início de tarde no chamado ‘bear market’ – termo usado no mercado financeiro para tendência de queda bem definida. Por volta das 15h50, o S&p500 recuava 1,64%, o Dow Jones caía 1,23% e o Nasdaq 100 perdia 2,31%.

Os rendimentos dos títulos públicos americanos, em queda de 5,4 pontos-base, e o avanço de 0,29% do índice dólar DXY, nesta tarde, também confirmam a preferência do mercado para ativos considerados de menor risco como o dólar e títulos de renda fixa, por um lado, e aversão a ativos mais arriscados, como as ações.

Sobe e desce do Ibovespa

Entre os índices da B3, destaque para o de Materiais Básicos, IMAT, que avançava 1,66%, ao lado do Índice Financeiro, que subia 1,26%. Em termos percentuais, as siderúrgicas lideravam as altas no Ibovespa, após o minério de ferro avançar 5,31% a 842,50 iuanes a tonelada nesta madrugada em Dalian, na China, na esteira do corte de juros para empréstimos.

Assim, com perspectivas de maiores investimentos em infraestrutura na China, as ordinárias da siderúrgica CSN (CSNA3) lideravam as altas percentuais, em elevação de 4,29%. Na visão por pontos, as ordinárias do Banco do Brasil (BBAS3) e as preferenciais do Bradesco (BBDC4) davam o maior suporte de alta ao Ibovespa, subindo 2,91% e 1,34%, respectivamente.

Já na ponta oposta, as ordinárias da Embraer (EMBR3) e as da Magazine Luiza (MGLU3) tinham as maiores quedas percentuais, em dia de vencimento de opções sobre ações, que trazem mais volatilidade para alguns papéis, como os da Via, Magazine Luiza, Cogna e Azul, segundo operadores, que alertam também para posições descobertas relevantes nos derivativos de Petrobras, Bradesco, Vale e Itaú.

Texto: Gabriel Brondi
Edição: Allan Ravagnani e Stéfanie Rigamonti
Imagem: Vinicius Martins / Mover