Ibovespa sobe aos 108 mil pontos com apoio de commodities

São Paulo, 20 de maio – O Ibovespa fechou em alta nesta sexta-feira, com o apoio do desempenho da Vale, da Petrobras e do setor financeiro, enquanto a cautela com a possibilidade de uma estagflação global se reflete nos mercados.

O índice de referência da Bolsa de Valores de São Paulo subiu 1,39%, ao patamar de 108.487 pontos, com as ordinárias da Vale (VALE3) e as preferenciais da Petrobras (PETR4) adicionando o maior número de pontos, em alta de 1,77% e 1,93%, respectivamente.

As ações da mineradora refletiram a valorização de 5,31% do minério de ferro em Dalian, após o Banco Central do Povo da China anunciar o maior corte da história dos juros de empréstimos de cinco anos, sinalizando o combate à estagnação do crescimento. Já a Petrobras subiu em linha com os futuros do petróleo Brent, que operavam em alta de 0,71%, a US$112,83 por barril, por volta das 17h00.

O setor financeiro também foi destaque positivo da sessão, com as ordinárias do Banco do Brasil (BBAS3)
e as preferências do Itaú (ITUB4) em altas de 3,64% e 1,25%, respectivamente. Em percentual, a ordinária da IRB Brasil (IRBR3) liderou os ganhos a 6,56%, enquanto a da Meliuz (CASH3) registrou a maior queda, de 5,34%.

Com ajuda especialmente das commodities, o Ibovespa garantiu sua segunda semana consecutiva positiva, em alta de 1,46%, na contramão dos principais índices americanos.

As bolsas de Wall Street tiveram uma sessão volátil, com o S&P500 chegando a registrar durante a tarde perdas de mais de 20% em relação ao pico mais recente, ocorrido em 4 de janeiro, adentrando no chamado “bear market” — termo usado quando o mercado entra em tendência de queda bem definida. Ao final do pregão, as bolsas americanas recuperaram o fôlego, com Dow Jones e S&P500 encerrando praticamente estáveis, enquanto o Nasdaq 100 recuou 0,34%.

A cautela de investidores diante da preocupação com uma possível estagflação global ainda permeia no mercado. O avanço do índice DXY de 0,34%, perto das 17h00, também confirmava a preferência do mercado por ativos de menor risco, como a moeda americana.

Na semana que vem, o mercado se prepara para a divulgação do principal indicador de inflação do Federal Reserve, o PCE, e da ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto. No Brasil, o IBGE divulga o IPCA-15 de maio na terça-feira.

Texto: Clara Guimarães
Edição: Gabriela Guedes
Imagem: Vinícius Martins / Mover