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Toda sexta-feira, o TC indica leituras para o seu final de semana.
Livro da semana: Bovarismo brasileiro
O Brasil já quis ser francês, depois passou a querer ser americano. Essa vontade de ser outro é analisada em Bovarismo brasileiro, livro de ensaios da psicanalista Maria Rita Kehl, que usa o conceito filosófico resgatado do início do século XX, criado com base na personagem de Flaubert. A autora passa por movimentos culturais como samba, mangue beat e por obras de Machado de Assis. A crítica que está por trás é que o país só faz maquiagem para parecer outro, e não faz de fato as mudanças profundas que renderam bons frutos a essas outras nações, além de tentar inserir ideias que não fazem sentido no nosso cenário. No passado, por exemplo, importavam-se ideias avançadas, mas num contexto em que ainda existia – e não se questionava propriamente – escravidão.
Ficha técnica: Bovarismo brasileiro. Kehl, Maria Rita. Boitempo Editorial. 192 páginas.
Como a Vale se beneficiou de lei que acelerou licenças ambientais (Nexo)
Dias após tragédia de Mariana, em 2015, governo de Minas aprovou lei que criava projetos ‘prioritários’, que acelerou a concessão de licenças ambientais. Até 2018, um quarto desses projetos era da Vale, incluindo o de barragem que ruiu. O Nexo mostra como a ideia de agilizar o processo acabou beneficiando a mineradora os poréns apresentados por uma conselheira do estado apresentados sobre o caso Brumadinho, ainda em 2018. Apontou, por exemplo, que era um disparate terem rebaixado, em 2017, o empreendimento da classe 6 para 4 – são classificados pelo potencial poluidor e de degradação numa escala de 1 a 6, sendo 6 de maior potencial.
A democracia precisa de verdade? Uma conversa com a historiadora Sophia Rosenfeld (The New Yorker)
Autora do livro “Democracia e verdade: uma breve história”, Sophia Rosenfeld, professora de história na Universidade da Pensylvannia, argumenta que não é de hoje que a relação entre verdade e democracia foi preocupante durante séculos, muito antes de Trump e do Twitter. Na entrevista, ela discute se é saudável para uma sociedade democrática debater questões como evolução e aquecimento global, por que as pessoas desconfiam de especialistas e se a checagem de fatos é uma boa solução para o problema de notícias falsas.
Em 2018, a capital paulista teve um crescimento de 91% nos lançamentos de unidades residenciais com até 45 metros quadrados. De mudanças na habitação a personal friend, o texto do UOL TAB mostra como a solidão vira produto – e doença.
Por que os Estados quebraram? (Folha)
Neste texto breve, o pesquisador da FGV Samuel Pessôa analisa os fatores que levaram – e levam – os estados brasileiros à ruína. Exemplos não faltam.
O poema de Drummond que criticou a Vale (O Globo)
Nem tudo nesta vida é hard news: o jornal O Globo resgatou a história dos escritos de Carlos Drummond de Andrade nos quais criticava a Vale, ainda na década de 1980. A matéria também mostra que o impacto da mineração na obra de Drummond virou livro. Um exemplo desta relação é o Pico do Cauê, morro que fazia parte das memórias de Drummond e que virou uma cratera por causa da extração de minério.
- Dica de leitura: Democracia, o Deus que falhou, de Hans-Hermann Hoppe
(Imagem: Edward Hopper, Nighthawks)
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