Rendimento da poupança muda com taxa Selic a 9,25%
O lucro da poupança passará a ser calculado pela regra antiga, que é 0,5% ao mês mais a Taxa Referencial, o que equivale a 6,17% ao ano

Atualizado há 8 meses
São Paulo, 15 de dezembro– A regra para o cálculo do rendimento da poupança vai mudar, diante de nova alta na taxa básica de juros, a Taxa Selic, determinada pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central, Copom, na última reunião do ano, realizada nos dias 7 e 8 de dezembro. A Selic fechará 2021 em 9,25% ao ano e vai causar impactos na poupança.
A norma atual define que, quando a taxa básica de juros está abaixo de 8,5%, a caderneta de poupança rende 70% da Selic mais a Taxa Referencial, TR, que está zerada no momento. Assim, o rendimento corresponde a cerca de 0,44% ao mês, ou 5,43% ao ano.
Se a taxa Selic ultrapassar esses 8,5%, o retorno da poupança passa a ser contabilizado pela regra antiga, que é 0,5% ao mês mais a Taxa Referencial. Hoje, a partir desse modelo, esse investimento renderia 6,17% em 12 meses.
BC estuda mudar regras
A poupança é utilizada como fonte de recursos para o crédito imobiliário. Apesar de ter um rendimento praticamente assegurado e ser isento do Imposto de Renda, em um cenário de inflação alta, o retorno oferecido fica muito abaixo da inflação.
No começo deste mês, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, declarou que a autoridade monetária estuda mudar as regras para o retorno da poupança, mas não deu maiores detalhes sobre o assunto.
O que é a Taxa Selic?
A Taxa Selic é um dos mecanismos para garantir o cumprimento da meta da inflação, usada como referência pelos bancos ao estabelecer suas taxas de empréstimos e financiamentos, por meio dos juros para pagamentos de parcelas. A expressão Selic vem da sigla para Sistema Especial de Liquidação e Custódia, um sistema para registro e custódia de transações.
As decisões sobre a taxa Selic são tomadas, em geral, para garantir que a inflação permaneça dentro da meta do governo, definida pelo Conselho Monetário Nacional, CMN, formado pelo Ministro da Economia, presidente do Banco Central e secretário da Fazenda. Em teoria, a economia estará aquecida se a inflação permanecer dentro da meta ou nos intervalos de tolerância.
A influência da taxa básica de juros na inflação se dá a partir dos efeitos dela no consumo. Um aumento da taxa faz com que o crédito fique mais caro, o que desestimula empréstimos, investimentos e o próprio consumo.
Como a inflação representa uma alta generalizada de preços, os quais tendem a cair quando há menos consumo e demanda, a taxa Selic é um dos fatores que influenciam na inflação. Assim, os juros básicos são uma das ferramentas para acalmá-la, se estiver acima do limite da meta, ou estimulá-la, se está abaixo do limite.
Texto: Beatriz Lauerti
Edição: Letícia Matsuura e Renato Carvalho
Arte: Vinícius Martins/ Mover
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