IGP-M acelera para 2,58% em janeiro com commodities
O IGP-M acelerou para 2,58% em janeiro, refletindo a disparada recente das commodities e dos combustíveis, de acordo com FGV

Atualizado há mais de 1 ano
São Paulo, 28 de janeiro – O Índice Geral de Preços – Mercado, IGP-M, medido pela Fundação Getúlio Vargas, acelerou para 2,58% em janeiro, refletindo a disparada recente das commodities e dos combustíveis. Em dezembro, o indicador subiu 0,96%.
O IGP-M do primeiro mês de 2021 superou a expectativa do mercado, que esperava uma alta de 2,41% no indicador que tradicionalmente define o reajuste dos contratos de aluguel. Usado geralmente em correção de contratos, como aluguéis, o índice acumula alta de 25,71% em 12 meses. Em janeiro do ano passado, antes da pandemia, a alta acumulada em 12 meses era de 7,81%, de acordo com a FGV.
Atacado puxa alta do IGP-M de janeiro
O que pesou no IGP-M de janeiro foi o Índice de Preços ao Produtor Amplo, IPA, que subiu 3,38% nesse mês em comparação com dezembro. O aumento foi muito influenciado pela alta do minério de ferro, que passou de 4,34% para 22,87% neste mês. O grupo de combustíveis também contribuiu para a alta do IPA, já que subiu 2,00% em janeiro ante 1,51% em dezembro.
Por outro lado, o Índice de Preços ao Consumidor, IPC, desacelerou em janeiro, variando 0,41% contra 1,21% em dezembro. Quatro das oito classes apresentarem decréscimo nas taxas. Destaque para Habitação, que teve uma forte desaceleração em janeiro, muito influenciada pela tarifa de eletricidade, que passou a ter deflação de 1,06% contra a alta de 8,59% em dezembro, segundo a FGV.
Diferença entre os IGPs
O cálculo do IGP-10 também se aplica aos outros índices gerais de preços da FGV, o IGP-M e o IGP-DI. A diferença entre os IGPs é a data de coleta de informações. O IGP-10 mede a variação de preços entre o dia 11 do mês anterior e o dia 10 do mês de referência. Já o IGP-DI, leva em consideração os dados do primeiro ao último dia do mês de referência. O IGP-M é medido por informações coletadas entre os dias 20 do mês anterior e dia 21 do mês de referência.
Alta do IGP-M impacta principalmente nos valores de aluguéis
Um dos principais impactos da aceleração do IGP-M é nos aluguéis, que costumam ser corrigidos anualmente pelo índice. Mas uma alta de 25,71% em um momento de retração da economia e do emprego deve ser alvo de negociação entre inquilinos e proprietários, especialmente diante do mercado de locação ainda desaquecido.
Um repasse do IGP-M de mais de 20% para parte dos preços, reflexo da indexação herdada do longo período de hiperinflação brasileira, é um dos riscos para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo, IPCA, e para as metas de inflação do Banco Central. Apesar de o Comitê de Política Monetária, Copom, relevar a aceleração recente do IPCA e a disparada dos preços dos alimentos, a alta dos preços no atacado começa a pressionar os índices ao consumidor.
Portanto, toda atenção deve estar nos próximos meses no comportamento do varejo, sob risco de o Banco Central ter de subir antes do desejado a taxa básica de juros, a Selic, visto que na última reunião do comitê foi retirada a orientação futura, ou forward guidance.
Como calcular a correção de contratos com IGP-M?
O cálculo para correção de contratos, como o aluguel, utilizando o IGP-M é feito de forma simples. Geralmente, considera-se o acumulado de 12 meses no cálculo do reajuste. No caso de reajuste em dezembro, o dado utilizado seria 25,71%.
Assim, os 24,52% do IGP-M equivalem a 0,2571. O cálculo consiste em 1 + IGP-M e, depois da soma, basta multiplicar pelo valor do aluguel. Ou seja, 1,2571 x valor do aluguel.
Texto: Guilherme Dogo
Edição: Gustavo Boldrini e Letícia Matsuura
Imagem: Divulgação
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