Inspetores da barragem de rejeitos de mineração da Vale em Brumadinho, cujo colapso matou pelo menos 150 pessoas em janeiro, alertaram a companhia que a estrutura estaria em alto risco de queda sem a drenagem adequada, disse The Wall Street Journal nesta quarta-feira, citando documentos e relatos de analistas independentes.
A matéria aumenta a pressão sobre os executivos da Vale, que repetidamente têm negado algum tipo de negligência ou de conhecimento de que a estrutura estava em risco. Hoje o papel teve sua pior queda desde a segunda-feira da semana passada, refletindo a suspensão das licenças para operar barragens a montante – como a que colapsou em Brumadinho, – a declaração de força maior e temores sobre o impacto desses dois eventos na produção.
Segundo o WSJ, o relatório da consultora Tüv Süd, fornecido à Vale meses antes do desastre, descobriu que os sistemas projetados para monitorar a barragem em busca de concentrações cruciais de água e drenagem estavam com defeito, tornando difícil para a empresa avaliar totalmente a estabilidade da barragem. A consultoria certificou a barragem como estável, mas dois especialistas independentes que revisaram o relatório a pedido do Wall Street Journal disseram que ela não deveria ter sido certificada e que a Vale deveria ter reconhecido os riscos potenciais.
A ação ON da Vale perdeu 4,88% hoje em São Paulo, finalizando o dia a R$42,46.