Ultrapar e Votorantim cogitam fazer oferta pela Braskem, dizem fontes
As empresas também negociam a entrada da Itausa, holding de algumas das famílias que controlam o Itaú, para viabilizar a compra da Braskem

Atualizado há cerca de 1 mês
São Paulo, 26 de maio – A Ultrapar e o Grupo Votorantim cogitam fazer uma oferta conjunta pelo controle da Braskem, disseram ao Scoop by Mover três fontes com conhecimento direto do assunto.
De acordo com as fontes, Ultrapar e Votorantim também negociam a entrada da Itausa, holding de algumas das famílias que controlam o Itaú Unibanco, para viabilizar a compra. A inclusão da Itausa no consórcio poderia ajudar a dupla de compradores nas negociações com os bancos credores da Novonor, ex-Odebrecht, grupo que detém o controle da Braskem, apontaram as fontes.
“A Ultrapar sabe operar uma petroquímica e o Grupo Votorantim está bastante líquido, com caixa excedente, e tem um histórico industrial. A junção da Itausa pode ser um fator fundamental para a negociação com os credores” da antiga Odebrecht, disse uma das fontes, que pediu para falar na condição de anonimato.
Uma das fontes afirmou que o negócio está sendo desenhado para que a Ultrapar fique responsável pela operação, mas Votorantim e Itausa teriam fatias majoritárias na Braskem. Neste momento a entrada dos três grupos ainda está sendo desenhada, por isso, não seria possível estimar um valor.
A estratégia de negociar com os bancos não é exclusiva do consórcio, mas faz sentido para destravar o negócio e convencer a Novonor a se desfazer da sua fatia de 38,3% na Braskem. Desde 2018, Banco do Brasil, BNDES, Bradesco, Itaú e Santander Brasil mantêm em seu poder as ações da Novonor na petroquímica, como garantia de R$13,75 bilhões em empréstimos.
Ultrpar e Votorantim não retornaram aos pedidos de comentários por parte do Scoop. A Braskem e a Novonor não comentaram as informações. A Itaúsa informou que não comenta rumores de mercado.
Ao todo existem cinco grupos interessados na maior petroquímica latino-americana, mostraram apurações recentes do Scoop. Além de Ultrapar e Votorantim, J&F, Unipar, BTG Pactual e o fundo de private equity americano Apollo Global Management têm mantido, ou estão em conversas, com a Novonor.
Segundo as fontes, as conversas estão sendo acompanhadas pelo Morgan Stanley, o banco que atua como assessor financeiro da Novonor. No entanto, não há um cronograma definido para a apresentação das propostas. De acordo com três das fontes, a Novonor vai tentar manter um pedaço da Braskem.
“A expectativa da empresa é preservar o recebimento de dividendos ao longo do tempo. A Novonor quer sair, pagar os bancos, melhorar a situação financeira e preservar um fluxo de caixa perene”, afirmou a fonte, que participa das negociações.
Se concretizado, o da Braskem não seria o primeiro negócio entre as holdings Votorantim e Itausa. Em março, por exemplo, os grupos fizeram em conjunto uma oferta de R$4,1 bilhões pela fatia da Andrade Gutierrez na CCR, maior concessionaria de rodovias do país.
Texto: Bruna Narcizo
Edição: Allan Ravagnani e Guillermo Parra-Bernal
Imagem: Vinicius Martins / Mover
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