Privatização da Petrobras é “sonho distante” apesar de falas do governo, dizem analistas
Embora o governo tenha sinalizado que estuda propor privatização da Petrobras, analistas veem chances remotas de avançar no curto prazo

Atualizado há 8 meses
São Paulo, 26 de outubro – As chances de uma privatização da Petrobras avançar no curto prazo são remotas, disseram analistas de bancos de investimento em relatórios, após o governo do presidente Jair Bolsonaro ter sinalizado na segunda-feira, 25, que estuda propor a desestatização da maior empresa de petróleo da América Latina.
“A privatização da Petrobras é um sonho distante neste momento”, escreveu hoje a equipe do BTG Pactual, liderada por Pedro Soares, acrescentando que tem “grande dose de ceticismo” sobre a possibilidade de a operação ocorrer nos próximos 12 meses, antes do final da administração Bolsonaro.
Caminho de pedra para a privatização da Petrobras
Analistas da Genial Investimentos apontaram em nota a clientes que a hipótese parece uma “cortina de fumaça”. “Não bastando o simbolismo da empresa, toda a modelagem para sua privatização tomaria muito mais de um ano – podemos pegar como exemplo o tempo que a privatização da Eletrobras e Correios estão tomando”.
Para o time do UBS, liderado por Luiz Carvalho, a operação “não teria um caminho fácil, particularmente em ano eleitoral”, que reduz o tempo e o apetite do Congresso para deliberações politicamente sensíveis. “Dado isso, acreditamos que uma potencial privatização poderia ser deixada para depois das eleições”, pontuaram.
Os analistas do BTG destacaram ainda que a Constituição Federal define que algumas atividades exercidas pela Petrobras são papel do Estado, o que significa que a operação poderia exigir aprovação de emenda constitucional, com apoio de dois terços do Congresso, o que parece improvável no momento.
O presidente Jair Bolsonaro disse ontem que a privatização da Petrobras entrou “no radar” do governo, enquanto o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra, admitiu em fala à Reuters que há estudos sobre uma proposta nesse sentido, embora com a ressalva de que não há decisão sobre o tema.
Desempenho das ações da Petrobras
A ação preferencial da estatal (PETR4) caiu 0,96%, a R$28,76, enquanto a ordinária (PETR3) recuou 1,15%, a 29,27. O Ibovespa fechou o pregão em queda de 2,11%, aos 106,4 mil pontos.
Para acompanhar o desempenho das ações da Petrobras e de outras empresas listadas na bolsa brasileira, basta acessar o TC Matrix, ferramenta gratuita do TC.
Texto: Luciano Costa
Edição: Karine Sena e Letícia Matsuura
Arte: Mover
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