Eleições de 2022 podem transformar eleitores em investidores: coluna
As eleições de 2022 embutem grande potencial de aumentar a atração das pessoas para a bolsa, em linha com a popularização do mercado

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Atualizado há 8 meses
As eleições presidenciais de 2022 representarão oportunidades para o investidor, sobretudo o pessoa física, para além da observação das candidaturas pelo risco político e fiscal, ou por visões ideológicas que agradam analistas de mercado.
Considerada por especialistas e políticos como uma das disputas mais quentes da História, a sucessão presidencial embute grande potencial de aumentar a atração das pessoas para a bolsa, em linha com a popularização do mercado de capitais nos últimos anos.
Isso pode favorecer diretamente empresas que trabalham com corretagem e inteligência de mercado para investimentos – já durante a mobilização eleitoral – assim como aquelas companhias que buscam financiamento na bolsa e no mercado para crescer.
Analistas com quem conversamos sugerem que, se o eleitorado se enxergar na bolsa por meio das oportunidades que seus candidatos preferidos favorecem, o público investidor poderá se ampliar, principalmente em cenário de recuperação da renda e aquecimento do consumo, quando há margem para se decidir investir.
Perfil investidor do eleitorado
Uma pesquisa divulgada pelo Valor Investe mostra que o cenário é promissor para atrair o investidor pessoa física, pois o eleitorado em geral ainda investe pouco, ao mesmo tempo em que estudos revelam que assuntos econômicos, como empregos e inflação, são vistos como prioridades pela população.
Segundo o levantamento, metade ou 50% dos eleitores do governador paulista, João Doria, investem em alguma aplicação; seguidos por 45% dos eleitores do ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta; por 41% dos eleitores do ex-governador do Ceará, Ciro Gomes; por 36% dos eleitores do ex-juiz da Lava Jato, Sergio Moro; por 33% dos eleitores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva; e, por último, por 29% dos eleitores do presidente Jair Bolsonaro.
O quadro mostra que o eleitorado de Lula é o mais conservador em seus investimentos, chegando a deixar 34% do que economizaram na pandemia na conta.
Talvez isso ocorra por desconhecimento do funcionamento do mercado e da B3 e pelas rusgas acumuladas recentemente entre o mercado e as ideias defendidas pelo PT.
Outra razão é que as pautas defendidas pelo ex-presidente geralmente são tomadas como o chamado “risco Lula”, conforme queixa de aliados do petista, que apontam o termo para se referir a ele desde 1979, quando ainda era líder sindical, e apesar de seus governos, que aplicaram, nas condições da época, o chamado tripé macroeconômico ortodoxo – superávit primário, câmbio flutuante e meta de inflação.
Já os eleitores de Bolsonaro, embora invistam pouco, têm preferência pelo retorno, mas deixam iguais 29% na conta com o dinheiro economizado na pandemia. Os apoiadores do presidente são os que mais confiam que os objetivos financeiros serão atingidos, marcando 95%.
Caminhos e abordagens
Para o sócio e diretor comercial da EWZ Capital, Henrique Castiglione, em entrevista à TC Rádio, o cenário eleitoral exige diversificação da carteira e foco nos setores da economia que vão se beneficiar independentemente do presidente eleito, citando agronegócio e infraestrutura – ambos bem-sucedidos nos governos Lula e Bolsonaro, de inspiração econômica distintas.
Já para o sócio na Acqua Vero Investimentos, Bruno Musa, também à TC Rádio, a imprevisibilidade no cenário político e fiscal deixa o investidor ressabiado – o que pode melhorar se a antecipação da definição das candidaturas vier acompanhada de cristalização das intenções de voto, propostas claras e, por conseguinte, previsibilidade.
Uma forma de surfar neste processo é demonstrar ao eleitorado as oportunidades, por exemplo, nas taxas atreladas à inflação, companhias que podem se beneficiar com mais gastos públicos, ou setores impactados positiva ou negativamente com privatizações, marcos regulatórios e benefícios sociais.
Estar atento às promessas que os postulantes ao Palácio do Planalto, quando procurados, fazem a empresários não é menos relevante.
O levantamento foi publicado em 30 de novembro e realizado pela fintech Onze, voltada à saúde financeira e previdência privada, que apontou o perfil de investidor dos eleitores brasileiros. O estudo ouviu 5,4 mil pessoas de diferentes etnias, idades, gêneros e regiões do Brasil.
Coluna: Leopoldo Vieira e Simone Kafruni
Arte: Vinícius Martins / Mover
DISCLAIMER: As informações disponibilizadas na coluna são meramente opiniões dos COLUNISTAS na data em que foram expressas e não declarações de fatos ou recomendações para comprar, reter ou vender quaisquer títulos ou valores mobiliários, ou ainda, qualquer recomendação de investimento.
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