Coluna: Pauta econômica encerra o ciclo com entregas parciais
Esgotadas as condições para a primazia da pauta econômica, deve entrar no radar do investidor para a virada de ano as articulações para 2022

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Atualizado há 8 meses
A aprovação dos marcos regulatórios das ferrovias e da cabotagem pelo Congresso nesta semana, encaminhando as propostas à sanção do presidente Jair Bolsonaro, confirma cenário traçado pelo Scoop by Mover de entregas parciais da pauta econômica até o final deste ano.
A pauta defendida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, e apoiada pelo mercado financeiro, envolvia também as reformas Administrativa e Tributária. Ontem, Guedes admitiu a paralisação de ambas e o próprio Bolsonaro, as dificuldades para que elas avancem em 2022.
Todavia, o Congresso também conseguiu nesta semana concluir o projeto que prorroga a desoneração da folha de pagamentos para 17 setores da economia e tem margem para entregar o novo Refis. As duas matérias eram consideradas parte da estratégia fatiada para aprovar a Reforma Tributária.
Constava ainda na lista principal da pauta econômica a privatização dos Correios, que terminou adiada, e da Eletrobras, que patina para caber no cronograma do governo e do calendário eleitoral do ano que vem.
O contexto da pandemia e seus efeitos, como o desgaste acentuado de Bolsonaro, levaram à antecipação do clima eleitoral e de movimentos de parte do Centro para bloquear a pauta econômica que avançava apesar da pandemia, da CPI da Covid e das trombadas institucionais.
Por outro lado, tal bloqueio também se deveu ao senso de urgência do Centrão para virar a agenda de governo de modo a permitir mais gastos e abastecer bases eleitorais. Estes são os termos preferenciais da aliança Bolsonaro-Centrão para tentar a reeleição e gerir um segundo mandato.
O aprendizado do último período destaca, portanto, a importância de se manter o foco nas oportunidades de mercado para além de ruídos políticos, guerra de torcidas ideológicas e contaminação da ação pelo viés de opinião.
Esgotadas as condições para a primazia de uma pauta de reformas liberais e políticas de austeridade, deve entrar no radar do investidor para esta virada de ano as articulações para 2022, com atenção à disputa pelo lugar do equilíbrio fiscal na nova conjuntura que será aberta.
Coluna: Machado da Costa e Leopoldo Vieira
Arte: Vinícius Martins / Mover
DISCLAIMER: As informações disponibilizadas na coluna são meramente opiniões dos COLUNISTAS na data em que foram expressas e não declarações de fatos ou recomendações para comprar, reter ou vender quaisquer títulos ou valores mobiliários, ou ainda, qualquer recomendação de investimento.
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